Segundo Flávio Ricco há, entre os conhecidos autores, quem afirme ter poderes sobre a vida e a morte. Exagero? Nem tanto. No universo das novelas, eles realmente fazem e acontecem, muitas vezes sem explicar como, nem por quê.
No fundo, é um pouco daquilo, não importam os meios para se chegar a um bom fim e, se possível, com os índices de audiência superando os patamares inicialmente previstos. Nas mãos deles, muitas vezes, nada é o que parece ser.
João Emanuel Carneiro, com "A Favorita", rápido no teclado, deu logo uma virada na história, invertendo os papéis da mocinha e da bandida, Cláudia Raia e Patrícia Pillar. Resolveu ainda nos capítulos iniciais o que só era esperado para o final. Não se deve deixar de reconhecer os seus méritos, embora se saiba que foi uma mudança conveniente e imprescindível para a ocasião.
O mesmo acontece agora. Nos primeiros momentos de "Caminho das Índias", em sua volta à Globo, Márcio Garcia seria o mocinho da Juliana Paes. Não deu liga. Os deuses perceberam rapidamente a fragilidade das suas criaturas e tudo se modificou. Alguém, Rodrigo Lombardi, nem tão importante no começo, como num toque divino, se transformou no mais novo galã da televisão brasileira. E olha que ele já está nessa estrada há muito tempo. Só os poderes inquestionáveis dos nossos autores são capazes de imaginar e colocar em prática tais coisas.
A própria Glória tem dito que está apenas na metade da história, ou chegando à marca dos 100 capítulos. Isso nos dá certeza do que ainda pode vir por aí.
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