O retorno do SBT à vice-liderança de ibope no país em agosto, após mais de um ano em terceiro lugar, a Record enviou nota neste sábado. Nela, a emissora nega estar preocupada com o resultado de agosto, prevê a volta à normalidade da audiência em setembro e ironiza a forma, digamos, improvisada como a programação de sua rival é administrada.
“A Record tem um projeto, mas qual é o do SBT?”, questionou, por meio de seu departamento de Comunicação. “Em setembro tudo voltará ao normal e fecharemos 2008 na vice-liderança isolada”, declara a emissora.
A confiança da Record se baseia de fato em um projeto de longo prazo, iniciado nesta década. Embora a emissora jamais tenha divulgado qualquer valor oficial, especula-se que, desde 2004, foram gastos algo entre R$ 250 milhões e R$ 300 milhões/ano na infra-estrutura da emissora, na ampliação de sua rede, em equipamentos de ponta, pessoal e, especialmente, nos estúdios da Rec9 no Rio.
Boa parte do dinheiro que entra na Record provém da venda de horários da madrugada para a Igreja Universal –de fato a controladora da emissora. O dinheiro da Universal, por sua vez, provém do dízimo e doações de bens e propriedades por parte dos fiéis. Há quem conteste juridicamente essa transação, mas até hoje as instâncias superiores da Justiça brasileira jamais se pronunciaram a respeito. O Ministério Público Federal em São Paulo passou os últimos anos investigando a igreja, que transmite cultos e outras “atrações” todas as madrugadas na Record, de segunda a segunda.
Até sobre isso, a Record cutuca o SBT na nota:
“O SBT pode ser vice na madrugada, mas a Record é vice nos horários de maior audiência.”
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